segunda-feira, 13 de março de 2017

Cervejas Excêntricas

Que tal cervejas difíceis de encontrar em qualquer outra época do ano? E estilos quase em vias de extinção, apenas com três ou quatro marcas ainda disponíveis? Muitos outros exemplos existiriam para lhe explicarmos o porquê de considerarmos os tipos de cerveja abaixo listados como excêntricas.
 O único conselho que lhe deixamos é o de manter o espírito aberto ao experimentar qualquer um destes estilos. Poderá vir a beber cervejas com sabor a cereja, hortelã-pimenta ou até chocolate.

Barley Wine
Apesar do nome, a Barley Wine é uma autêntica cerveja, forte e intensa. De facto, faz parte dos estilos de cerveja mais fortes. Viva e frutada, por vezes doce, por vezes ácida, é, no entanto, sempre altamente alcoólica. Uma cerveja com esta força e complexidade pode ser um desafio para o palato. A sua cor varia entre o âmbar e o castanho escuro, sendo que os aromas vão desde o frutado até ao carácter acentuado do lúpulo. É uma cerveja espessa, onde o álcool é facilmente perceptível, apesar dos sabores a fruta, resina ou lúpulo que o acompanham. Apresenta um volume alcoólico entre 7% e 12%. As variedades inglesas de Barley Wine são bem diferentes das americanas, já que estas últimas costumam ter um sabor mais marcado a lúpulo (por vezes em demasia!), sendo que as inglesas apresentam um melhor equilíbrio entre malte e lúpulo. A maior parte das Barley Wine podem ser conservadas e envelhecidas, como se de um bom vinho se tratassem. 
A experimentar: AleSmith Barrel Aged Old Numbskull; Victory Old Horizontal; Dogfish Head Olde School Barleywine. 

Bière de Garde 

Bière de Garde ou cerveja para guardar, é um estilo pouco comum, sendo que em Portugal é mesmo inexistente. A sua cor varia entre o amarelo dourado e o castanho-claro, possuindo um aroma maltado e um sabor ligeiramente doce e caramelizado também devido ao malte, com alguns exemplares a apresentarem alguma acidez devido à presença do lúpulo. A presença do álcool é evidente, havendo a possibilidade de se encontrar alguns sabores a fruta. O volume alcoólico varia entre 6% e 8% e é uma cerveja que melhora com a idade.
 A experimentar: Southampton Bière de Garde (French Country Christmas Ale); Jolly Pumpkin Bière de Mars; Dupont La Bière de Beloeil.

Bitter 
As Bitter surgiram como uma reação das cervejeiras à proliferação de produtos sem personalidade e meramente comerciais. Na sua maioria, possuem uma cor que pode ir do amarelo-dourado até ao âmbar, pouco gás e um forte sabor azedo. Curiosamente, esta última característica não lhe é transmitida pelo lúpulo, que não é muito intenso neste tipo de cervejas. O aroma é algo frutado, bem como o sabor, sendo que o volume de álcool costuma ser baixo (entre 3% e 5%) e pouco perceptível. São excelentes para acompanhar bifes e marisco.
 A experimentar: Oakham Raucous Reindeer; Dark Star Golden Gate; Coniston Bluebird Bitter. 

Black & Tan 
 Este termo aplica-se a produtos em que a cervejeira misturou, antes do engarrafamento, uma ale escura com uma ale mais clara ou mesmo com uma lager, algo que aqui em Portugal se designa por uma mista. Por esta breve explicação nós apercebemos que não se trata de um estilo clássico ou convencional. Foi, antes sim, o fruto da busca incessante das cervejeiras por criar produtos modernos e que estejam de acordo com as novas tendências, verificadas nos cafés e bares onde é habitual as pessoas pedirem para misturar uma cerveja clara com uma cerveja mais escura.
 A experimentar: Saranac Black & Tan; Mississippi Mud Black & Tan; Berkshire Shabadoo Black and Tan.


Chile Beer 
 As Chile Beer é outro estilo moderno e em franca expansão. Podem ser ales ou lagers às quais foi adicionado um elemento picante, proveniente de pimentas ou malaguetas. O mais comum é esse picante ser fornecido pelos jalapenos, ingrediente muito utilizado na cozinha mexicana. Apesar de divertidas, é raro encontrarmos um resultado final que seja satisfatório, isto se pensarmos em termos de qualidade da cerveja.
 A experimentar: Rogue Chipotle Ale; Winkoop Patt's Chile Beer; Rock Bottom Cinco de Mayo.         
  

Flemish Sour Ale 
Este é um estilo muito peculiar é habitual encontrá-las extremamente bem classificadas em livros e sites que se dedicam à avaliação de cervejas. Todavia, o seu sabor ácido e, em geral, avinagrado.
Podem variar entre o vermelho e o castanho, com álcool entre os 4% e os 8%, sendo que o seu forte sabor a vinagre e fruta lhes é conferido por um fermento especial. São cervejas bastante complexas, produzidas segundo métodos muito antigos, estagiam algum tempo em cascos de carvalho e o resultado final é, habitualmente, o resultado da mistura de cervejas novas com outras mais antigas.
 A experimentar: Panil Barriquée; Rodenbach Grand Cru; Liefmans Goudenband.

Fruit Beer 
 Esta designação aplica-se quer a ales, quer a lagers, desde que sejam feitas a partir de fruta. A cor, aroma, sabor e outras características variam muito, pois dependem da fruta que é utilizada na sua confecção. Em comum, tem o fato de serem cervejas com baixo volume alcoólico e que devem ser servidas muito frias (e preferencialmente no Verão), já que têm tendência de se tornarem algo doce. 
A experimentar: New Glarus Belgian Red; Chapeau Mirabelle; Floris Ninkeberry.


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